domingo, julho 08, 2012

Ser velha é bom

Recebi este texto no meu e-mail, desconheço o seu autor mas... gostei tanto dele e senti-o tanto em mim, que não resisti em publicá-lo aqui

"Eu nunca trocaria os meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim e menos crítico de mim mesmo. Tornei-me o meu próprio amigo .. Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou por comprar ninharias que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão "avant garde" no meu pátio. Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem me vai censurar se resolvo ficar lendo ou a jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia? Eu dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 70 & 80 e se eu, ao mesmo tempo,desejo chorar por um amor perdido ... Eu choro.
Vou deitar-me na na praia a gozar o calor do sol de verão e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros do jet set.
Eles também vão envelhecer.
Eu sei que eu sou às vezes esquecido. Mas há mais, algumas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.
Claro, ao longo dos anos meu coração foi magoado. Quem não magoa seu coração quando se perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando vemos imagens das atrocidades por esse mundo fora? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter os cabelos grisalhos e ter os risos da juventude gravados para sempre nas rugas do meu rosto.
Muitos nunca riram, muitos morreram antes dos seus cabelos virarem prata.
Conforme envelhecemos, é mais fácil ser positivo, preocupando-nos menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errada.
Assim,  eu gosto de ser velha. A idade libertou-me. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupando-me com o que serei. E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer)."



1 comentário:

  1. Olá cunhada
    Comecei a sentir isso a partir dos quarenta. Não é bom Flor, é triste. Admitir isso custa. Na nossa cabeça pensamos sempre que temos vinte anos ou até menos, o problema são os sinais físicos que não perdoam, que nos fazem relembrar que a idade está lá. Mas o ser humano arranja sempre formas ou explicações de consolo. Afinal... acabamos sempre por nos consolarmos e isso é que é importante. Beijos, Martinha.

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